Móveis Cimo

Referência no design brasileiro de mobiliário moderno, a CIMO (Companhia Industrial de Móveis), fundada em 1921 em Rio Negrinho - Santa Catarina, pelos irmão Jorge e Martin Zipperer, que cursou marcenaria no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, no início produzia pés de cadeiras com as sobras de imbuia provenientes da fabricação de caixas de uma das empresas da família,

Naquela época não se produzia móveis de qualidade em escala no Brasil. Assim, a Cimo se posicionou e foi a grande pioneira no País a desenvolver e fabricar industrialmente grande diversidade de móveis para a demanda crescente nos lares, escolas, órgãos públicos, escritórios, teatros e cinemas. Em 1924, venderam aproximadamente 60.000 cadeiras e poltronas de cinema.

Diferentemente de outros designers e fábricas não se posicionaram para atender a elite e sim esses espaços coletivos, públicos e mais populares.

Os anos 40, 50 e 60 foram o auge do design e da produção seriada da Cimo. Peças destas épocas são disputadas por todo o país e no exterior, como raridades do modernismo brasileiro. 

Seu design refletia formas essencialmente modernistas com linguagens mais simples porém  com altíssima qualidade, ergonomia e beleza. Utilizavam madeira maciça (imbuia, cedro, pinho e canela), laminados e compensados curvados com mescla de diferentes tons de madeiras, o que era novo na época e exigia tecnologia trazida da Alemanha, que a Cimo possuía.

Durante a década de 70 enfrentaram crises financeiras por diversos motivos, um deles foi devido ao fato de não se adaptarem à tecnologia de fabricação de móveis com madeira aglomerada, uma tendência na época e continuarem somente com madeira maciça e compensado. Tiveram também revezes com incêndios em duas de suas fábricas.

Apesar de tentativas de recuperação da empresa até final dos anos 70, em 1982, após 61 anos de história como Cimo, sem contar os anos anteriores como Cia. M. Zipperer, a empresa fecha suas portas definitivamente.